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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

The Big (Bad) Wolf at St Nicholas School

Roqueiro, músico, compositor, apresentador de programa de televisão, figura polêmica por excelência Lobão esteve em visita à St Nicholas School no último dia 30 desse mês. Durante aproximadamente hora e meia alunos e professores da escola fizeram  perguntas ao artista. Em tom de inigualável descontração Lobão preferiu suas pérolas e animou os presentes com suas tiradas. Mas isso só depois de equalizar o som da caixa para melhor ajuste do microfone.

Lobão lembrou de episódios como o das eleições de 89 quando apoiou publicamente o candidato Lula durante participação no Programa do Faustão na Rede Globo de televisão em pleno dia de eleição. Isso quase fez com que a emissora saísse fora do ar por configurar crime eleitoral. Pessoalmente assumido pelo cantor para delírio dos presentes. Lembrou que o episódio o manteve afastado da tela global por mais de onze anos. Fez críticas ao atual governo, hoje presidido por Lula e também ao ex-ministro da cultura Gilberto Gil. Disparando democraticamente suas críticas foi de Daniela Mercury a Chico Buarque deixando claro seu inconformismo pelo estado letargico das coisas da política e da cultura no nosso país. Nesse mesmo embalo, questionado sobre suas posições políticas Lobão foi claro..”Sou baterista, e por esse motivo vivo em constante alternância entre direita e esquerda...”  satirizando o tema e fazendo referência à sua formação musical inicial.

Lembrou da sua participação como baterista na primeira formação da banda Blitz, dos desafios da produção independente e, ao responder-me sobre o pagamento do “Jabá” a emissoras de rádio e TV para divulgação do lixo cultural como Axés e Calypsos, Lobão afirmou que hoje esse quadro permanece o mesmo. Ou seja, nada mudou! Sou obrigado a concordar. Afinal...ligue seu rádio e ouça. Ligue a televisão no “domingão” e assista. Se for capaz, é claro. Pois eu não sou! E, se for inteligente o bastante, desligue a tv, leia um livro.Lobão é autêntico e como já disse polêmico. Penso que fruto do que ele é. Ativo, incorfomado e dinâmico. Avalia e faz análise sobre as coisas sob a ótica do Rock'n Roll. Rítimo acelerado, questionador, brigador que ergue bandeiras e luta por transformações radicais. Nasceu no Rio de Janeiro que, segundo ele, hoje é terra de Bossa Nova e Funk. Vive atualmente em São Paulo e afirma que aqui o rock possui bom espaço para trabalhar e divulgar sua produções além do que muitos são os roqueiros importados por sampa como Pitty e Cachorro Grande entre outros. Sejam todos bem vindos!

Sou seu fã, sempre fui.  Ainda me deixo embalar por “Chove lá fora. E aqui tá tanto frio. Me dá vontade de saber...”. Saber onde está você e onde estão as respostas para tudo, sobretudo, nós filhos da geração 80. E como todos também sou possuidor de uma “Vida Bandida”, vou “Chorando no Campo” e a chuva também me dá saudade de um lugar que eu nunca fui.  Mas nem por isso concordo com tudo que Lobão diz ou pensa. Admiro sua coragem, seu destemperamento social que rompe as regras e cria em torno de si uma figura emblemática, talentosa. Jamais dono da razão, mas um pensador. E, quem dera tivéssemos pensadores e figuras polêmicas para cutucar o que está pasmo e tocar no que é insensível pra ver se as coisas mudam.

Questionado se era ou ainda é usuário de drogas Lobão preferiu não responder a essa pergunta limitando-se a dizer que drogas não fazem bem e que essa era uma resposta polida nos moldes do Lobão. Nas entrelinhas propõem então que haja em algum momento no seio fechado da sociedade espaço para que o assunto seja amplamente debatido e quem sabe tratado de forma mais respeitosa e menos espartana. Penso!

Fiz tietagem, peguei autógrafo e me vi fotografado ao lado de um ídolo da adolescência não muito recente. Por isso um obrigado especial ao professor Anderson Costa, figura impar nessas novas experiências por mim vividas e responsábel pelo evento, à St Nicholas School que abre suas portas para o inimaginável Lobão e a todos os colegas que colaboraram para que a visita desse personagem tão nosso e tão brasileiro pudesse ser o sucesso que foi.

2 comentários:

Anônimo disse...

Não chovia lá fora, nem fazia frio dentro do teatro da escola. Porém, a conversa com o Lobão na St. Nicholas foi uma batucada nas tabas do inconformismo, que não só fez chover, fez nevar nos trópicos.

Valeu, Guiba!

Abraços do

Anderson Costa

Thelma Brait disse...

Que T U D O!

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