Curioso da vida, passei algum tempo pesquisando um pouco mais sobre futebol. Não me preocupei em encontrar definições etmologicas sobre esse tema tão apaixonante. Mas o que essa pratica esportiva de carater coletivo e de massa representa no seio das sociedades. Sim, sociedades e no plural, uma vez que o futebol, a exemplo de várias outras modalidades esportivas, tornou-se popular e elo de convivência entre a população de um país e povos de todo o mundo. No Brasil mais especificamente, segundo alguns estudiosos o futebol nos fornece uma espécie de mapa cultural, uma representação metafórica que nos auxilia na própria compreensão do que somos enquanto seres sociais. Diz Roberto DaMatta “no caso brasileiro, foi indiscutivelmente através do futebol que o povo pode finalmente juntar os símbolos do Estado nacional (a bandeira, o hino e as cores nacionais). Elementos esses apropriados no passado pela elite e pelos militares”. Já o cientista político Luis Fernandes considera o futebol “...um dos pilares da nossa identidade nacional”, avaliando que “...a democratização do futebol, materializada na ascensão de jogadores negros e mestiços, permitiu qu esse esporte viesse a ocupar posição central na construção da identidade nacional”.
No estado de São Paulo esse processo dinâmico e constante de formação da identidade sócio-cultural dos paulistanos ganha a cada dia, a cada ano e a cada torneio realizado sempre grande dimensão. Seja no campo econômico onde há a circulação de grande quantidade de dinheiro fruto da negociação entre os clubes quando abre a temporada de transfêrencia de atletas, arrecadação das bilheterias nos estádios, venda dos direitos de transmissão via televisão e rádio, venda do símbolo dos clubes como camisetas, bandeiras, faixas, adesivos, patrocínio de grandes empresas entre outros. Nesse mesmo contexto tornam-se cada vez mais acirradas a disputa para obter-se maior êxito, vencer, abocanhar títulos, avançar no rancking das equipes apontando assim seu acesso ou descenso durante as competições regionais. Em curso, no estado, o Campeonato Paulista de Futebol reúne vinte equipes. Nessa composição encontramos as principais agremiações como São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Santos e os coadjuvantes Mirassol Futebol Clube e o Oeste Futebol Clube. Na oitava rodada da competição é possível observar quem avança na briga pelo título do campeonato paulista. Entre eles Palmeiras, Corinthians e São Paulo. Revivendo mais uma vez emocionante disputa futebolistica.
Pois é, amigos leitores do meu eclético e poético blog. Nesse festivo cenário esportivo e baseado em uma breve e singela análise sócio-antropológica me arrogo a tecer aqui nesse espaço democrático-revoloucionário comentários sobre o comportamento, as idéias, algumas afirmações, e até calúnias absurdas ouvidas aqui e ali sobre o futebol, seus clubes e sobre o que diz respeito a essa acirrada disputa pela vitória e a conquista de títulos, títulos e títulos.
De um lado o São Paulo Futebol Clube, fundado em 1930 e refundado em 1935 após breve período de inatividade. É destacadamente um dos principais clubes esportivos do páis e do mundo. Possuir também grande tradição no boxe, atletismo, vôlei e ginástica artística. No âmbito nacional, o São Paulo Futebol Clube só não figura em primeiro lugar no rancking da CBF. Já pelas classificações da revista Placar e Folha de São Paulo ele aparece em primeiro.
Do outro o Sport Club Corinthians Paulista. Um dos principais clubes desportivos do Brasil. Fundado em 1º de setembro de 1910 no bairro do Bom Retiro por um grupo de operários (leia atentamente operários!). Também ao longo dos anos o clube se desenvolveu e passou a competir em outras modalidades. Possui a segunda maior torcida do país com aproximadamente 31 milhões de “malucos por ti”, foi o primeiro clube de São Paulo a abrir espaço para pessoas de origem mais humilde além de jogadores negros preteridos por associações elitistas e sugere-se até mesmo racistas, fato que se freflete em alguns de seus apelidos: clube dos operários e ou clube do povo.
Não é difícil notar e, longe de ser demagogo ambas equipes possuiem valorosa história de conquistas e protagonizaram entre si e com outras equipes ao longo desses anos partidas memoráveis. Assim sendo, onde está o problema e qual é comentário que se pretender fazer? Pois bem. Ao meu ver a inutilidade de alguns discursos pré-estabelecidos e com frases decoradas escorrega sorrateira mas de forma contundente através do campo da incompreensão do quão valor tem o futebol, o que significa e sob a importância de sua prática esportiva, cidadã, sadia e de estímulo à competitição. Caminha em direção obscura e quem sabe torcer apenas contra e que nada há além do que os pelos de seu próprio umbigo. Há anos o Sport Clube Corinthias Paulista tem sido digamos avacalhado por uma meismice tola, fulgaz e sem sentido. Há aqueles que afirmam não (re)conhecer a história do Timão devido ao fato do mesmo não apontar entre os maiores ganhadores de títulos regionais, nacional e internacional. Sobretudo esse último e é difícil crer que em numa sociedade constituída e capaz de se afirmar civilizada possa haver espaço para pensamento tão pequeno, incipiente e desprovido de qualquer base histórica.
Devemos enaltecer o São Paulo ou qualquer outra equipe por suas conquistas? Sim, é evidente que sim. Afinal o contrário disso seria vibrar com felicidade plena quando a conquista cabe ao nosso clube, ao nosso amado clube. Seja ele qual for. Mas é de fato sem graça, inútil e sem sal avaliar a capacidade de um time de futebol somente por sua habilidade ou competência coletiva em abocanhar títulos e mais títulos. Afinal o que se sugere então é que o mais importante é vencer do que competir e o resultado dessa equação é um bom e sonoro foda-se ao Barão de Coubertin ou qualquer outro que defenda a farta sorte de pertencer à uma equipe de ponta como o Timão.
Isso me faz deduzir que o torcedor alheio não deve jamais ser penalizado por conta das vitórias de massa, populares e emblemáticas pelo elitizado e inútil pensamento único do sucesso de seu opositor ou adversário em campo. Todos aqueles que supõem-se vencedores são tão eternos como o voô de uma borboleta que ao sair do seu casulo paridor sabe institivamente do fim próximo. O menosprezo ao “perdedor”, porque no futebol não pode e não há perdedores, é apenas sinônimo rebuscado de uma sociedade criada, doutrinada e determinada a vencer e a ter, sem nada ser. E vencer nesse caso inutil e infantilmente. O arrogo pertinente das falas inúteis a que me refiro fruto descolado dos títulos conquistados pelo seu opnoente nao servirão no momento da derrota. Restara apenas sua arrogância e ausência de preparo para conviver com ela. Daí o surgimento em não raros casos de agressão verbal e física. Nesse último caso onde até mesmo a vida perde importância e valor significativo.
Por isso um apêlo aos anti-Corinthianos de plantão. Mais preocupados com a nação Alvi-Negra, com o destino da nação corinthiana, com a construção do estádio dos sonhos, com o peso do “Gordo”, colocando para corner questões realmente relevantes que estão pipocando no cenário nacional como a despudorada concentração de renda de parte rica da população em detrimento do trabalhador ou com o preço absurdo cobrado nos estádios de futebol, tornano o esporte mais popular do Brasil num palco exclusivista e sem graça. E no mundo com a morte de inocentes na Faixa de Ghaza após brutal ataque das forças do exército israelense. Meu apelo vai também aqueles amantes dessa arte chamada futebol que não sentem pudor ao declarar seu amor ao clube de sua preferência, ao escudo de sua agremiação e que nos ajudem também a promover assim o que mais nos interessa, o que realmente importa. A disputa sadia baseada na capacidade de lutar para tornar sua torcida feliz e no mesmo ímpeto, com humildade e simplicidade, lutar para que possa ser merecedor do respeito da torcida adversária.
Não ao ódio imune ao bom senso e à reflexão. Não a inobservância do papel fundamental do esporte que é crescer, ficar forte e feliz, respeitando a si e a todos. Não creio também que possa ser uma conduta respeitável pela vida humana identificar o torcedor de uma equipe, seja qual for, pela quantidade de dentes que possua em sua boca, pela mansão ou casebre que mora, por sua conta bancária mas simplesmente pelo amor à camisa que veste, pelo amor e dedicação ao seu clube.
2 comentários:
Coisa de boiola!!!!! Véio maluco!!!! Oh coisinha linda! Tchucu tchucu!
Ô,Ô Nosso Frequês Voltou, Nosso Frequês Voltou
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